terça-feira, 9 de abril de 2019

O Mundo Sombrio de Zé HQ - por Eurico Santos




Fala, galera! Finalmente está chegando O Mundo Sombrio de "Zé", HQ escrita por mim, e você pode dar seu apoio e ajudá-la a acontecer. Acessa o link abaixo e veja como apoiar!
Prepare-se para uma história épica com um rei decaído do (sub)mundo que, aliado a sua fiel sombra e uma menina completamente deslocada, parte por meio dos territórios mitológicos dos mundos das sombras em busca de sua coroa!
Eurico Santos

O mundo sombrio de Zé – livro I: o que

Em mais uma parceria, o ilustrador Rafael Sam e o roteirista Eurico Santos se preparam para publicar a história em quadrinhos O mundo sombrio de Zé, uma aventura por um submundo sombrio, cheio de aventura e muito humor. A dupla fala que a história possui uma pegada gótica, lembrando muito dos clássicos do cinema noir e dos filmes do diretor americano Tim Burton (a noiva cadáver e os dois filmes de Alice no País das Maravilhas).“Trata-se de uma espécie de epopeia, em que os principais personagens terão de passar por vários desafios contra criaturas de várias mitologias diferentes para chegar ao seu destino. Tudo isso dentro de uma atmosfera um tanto dark, mas sem perder as cores e o humor”, enfatizou Eurico.
A história contará a história de um rei do submundo fantástico (o Zé) e de como ele perde seu título, precisando da ajuda de uma menina deslocada na sociedade chamada Malvina para ajudá-lo a reaver seu posto. “Não deixa de ser também uma história de autoconhecimento”, frisou Rafael. “No final, essa jornada trará bem mais do que eles esperam!”, concluiu.
No mês de abril, a dupla lançará o projeto no Catarse, site de financiamento coletivo com o intuito de conseguir os recursos para publicação da primeira edição de O mundo sombrio de Zé. “O Catarse é uma ótima oportunidade para os artistas, pois além de propiciar um teste de recepção adiantado do público, oferece às pessoas a chance de conhecer e apoiar o projeto de um modo único, pois elas têm a chance de já conferir as primeiras páginas, de adquirir a história por um preço promocional e de receber brindes exclusivos em relação à compra nas bancas”, esclarece Rafael.
No Catarse, as pessoas interessadas acessam o site e escolhem uma das recompensas, que são kits especiais com brindes feitos pelos artistas para irem junto com a história em quadrinhos, sendo que tudo isso é entregue na casa dos apoiadores.
Não é a primeira vez que Eurico Santos e Rafael Sam trabalham juntos. Ano passado, Eurico escreveu os argumentos do projeto Black Desert, criado e desenvolvido por Rafael Sam, lançado na Comic Con Experience 2018, em São Paulo. “O trabalho tem dado certo, pois é um dos casos em que o texto casa perfeitamente com a arte, além, é claro, da sintonia no modo de produzir”, afirma Eurico. A parceria ainda pretende dar mais dois frutos. “O segundo livro de Black Desert já está em produção e o Eurico também fornece o argumento nesse. Além do mais, ele está com um projeto de história autoral que contará com minha arte”, fecha Rafael.
O mundo sombrio de Zé contará com 40 páginas, todas coloridas, sendo impresso no formato 21 x 25 cm, em papel couché fosco no corpo do livro e brilhante na capa.
A previsão de lançamento será após o fechamento da campanha no Catarse, que terá início no mês de abril. 



segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Calçamento com pés de moleque? Por Conheça Minas





Calçamento com pés de moleque?
As ruas de nossas cidades antigamente eram calçadas com pedras brutas. Esse calçamento recebeu o nome de "Pé de Moleque".
Esse tipo de calçamento era comum na Europa nos tempos antigos e foi introduzido pelos Portugueses no tempo do Brasil Colônia. As pedras vinham de Portugal, em navios e as ruas das cidades litorâneas como Rio de Janeiro, Paraty, Salvador, Porto Seguro, Santos, etc., receberam esse tipo de pavimentação. Chegavam em navios e eram levadas paras os seus destinos em carros de bois.
O ouro de Minas Gerais seguia para o porto de Paraty/RJ em carruagens, mulas, burros e em sua maioria, em carros de bois. Deixavam o ouro e traziam pedras para calçamento, na volta. As ruas de Paraty/RJ foram quase todas calçadas com essas pedras vindas de Portugal.
Como as cidades e vilas mineiras eram muito distantes para transportar tantas pedras, optaram por calçar as suas ruas com as pedras existentes nas regiões próximas às mesmas, que existiam em abundância, em beiras de rios, por exemplo. Na região de Ouro Preto, a pedra sabão era a mais comum e foi a mais usada nos calçamentos das ruas da cidade. O corte das pedras era totalmente rústico, feito a base da picareta, pelos escravos e em boa parte, nem eram cortadas, eram colocadas nas ruas da forma que eram retiradas.
Os trabalhos de calçamentos eram orientados por mestres pedreiros e executados pelos escravos e também por presos das cadeias próximas, que eram obrigados a trabalhar de graça, sob forte vigilância e acorrentados pelos pés. Eles preparavam a rua na enxada e iam postando pedra por pedra, uma ao lado da outra.
Os filhos desses escravos, que eram costumeiramente chamados de "moleques" iam em seguida esparramando terra arenosa e acertando as pedras com os pés. Não eram pedras uniformes e nem certinhas, porém o calçamento ficava bom, evitava o barro nos tempos de chuva e poeira na estiagem.
É por isso que esse tipo de calçamento se chama "Pé de moleque" embora muita gente diga que o nome é porque essas pedras lembram muito a cor do famoso doce de amendoim que conhecemos, o pé de moleque. Mas a que tudo indica, o surgimento desse doce é bem posterior ao surgimento do nome desse tipo de calçamento, portanto, não faz sentido associar a pedra ao doce, até porque moleque, sempre era usado para chamar os filhos dos escravos.
No final do século XIX, já no fim do Brasil Imperial, as cidades começaram uma era de modernização e urbanização que acompanhava o desenvolvimento das cidades Europeias, buscando melhorar a vida de seus habitantes.
Com essa visão de modernizar as cidades, os calçamentos em pés de moleques começaram a ser retirados e colocados no lugar paralelepípedos, que são pedras bem trabalhadas, mais certinhas, que evitavam os constantes tropeços que o calçamento em pés de moleques causava e por dar um visual mais bonito às ruas, já que eram lisas e uniformes.
E assim foi na maioria das cidades históricas mineiras e do Brasil também. Poucas ruas de nossas cidades históricas mantiveram o calçamento original, sendo substituídos pelos paralelepípedos do final do século XIX.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

De pedreiro a Uber: o malabarismo para viver com os salários do magistério, por Mônica Manir


"Minha filha, aqui a gente dá uns pulos.” Assim, Cícero Ferreira de Lima assume seu malabarismo para fechar as contas do mês sendo professor de Educação Física na EE Alberto Caldeira, em Farias, distrito de Guanhães (MG).
Quando não está dando aula, ele assenta pisos de cerâmica, chapisca paredes e dá o acabamento com reboco em casas da cidade. Apareceu um problema com a bomba hidráulica ou o chuveiro encrencou? Lá está Cícero. O professor também faz corridas com seu Corsa até Guanhães, a 45 quilômetros por estrada de terra, levando e trazendo seus conterrâneos. Cobra 100 reais pelo trajeto total. “Falar pra você que compensa esse valor, compensa não”, diz. “Aqui a gasolina é cara, a estrada de chão não presta, faço mais para ajudar quem precisa.” ​
O guanhanense fala como se necessitado não fosse. Mas, aos 40 anos, tem apenas um cargo como contratado. São 17 aulas por semana, pelas quais ganha 1,6 mil reais. Professor há quase uma década, ele afirma que, financeiramente, seria melhor se concentrar na função de pedreiro, ofício que aprendeu do pai. “Mas eu adoro estar com os meninos na escola, é a melhor coisa que existe”, afirma.
A mulher, Danúbia da Costa Teixeira, 34 anos, leciona na mesma instituição, mas como concursada, e nos períodos da manhã e da noite. Suas aulas de português lhe rendem 2 mil reais, que são pagos em três parcelas ao longo do mês —​prática exercida por Minas Gerais desde 2016 para remunerar os servidores públicos. ​
Acontece que a soma salarial dos dois professores não garante o sustento do casal nem dos filhos, de 11 e 4 anos. Então, quando aparece, Danúbia faz palestra para o Sebrae sobre a importância da argumentação para aumentar as vendas, pelas quais recebe em média 150 reais. Também corrige redações do Enem e presta assessoria em trabalhos de conclusão de curso.
De olho numa melhor formação, ela faz doutorado em Linguística Teórico-Descritiva na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Como o governo cortou as bolsas da Capes, Danúbia vende bananas verdes fritas na faculdade para custear a viagem e aceita a guarida dos professores para dormir na casa deles, na capital. “Quase todo colega meu da escola pública faz alguma coisa por fora, vende cosméticos, lingerie, dá aula particular de violão ou de pintura”, lembra a mineira. ​
A jornada do casal reflete o jeito que os educadores brasileiros encontram para sobreviver aos contratos precários e à baixa remuneração da profissão. Para José Marcelino de Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP) com experiência em política e gestão educacional, o problema remonta, na verdade, ao século 19.
De fato, em 1891, o médico, jornalista e historiador José Ricardo Pires de Almeida já denunciava “a função mal remunerada que não encontra na opinião pública a consideração a que tem direito muito mais que as outras”. O professor, nas palavras de Almeida, substituía em certa medida o pai e a mãe de família, inaptos para cumprir completamente seu dever social. Deveria ganhar mais, portanto. ​
A questão, porém, não se resolveu. “Vivemos uma crise crônica de remuneração”, afirma Rezende. Àqueles que desejam puxar o debate para mais perto, o sociólogo Ricardo Antunes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta o período da ditadura militar como um divisor de águas. “A ditadura, no seu conjunto, tinha a ideia de incentivar as escolas privadas, o que debilitou as chamadas escolas de aplicação, que ensaiavam um projeto público mais qualitativo”, afirma. Segundo Antunes, os governos que se sucederam, já no período democrático, não enfatizaram uma política de recuperação do que se perdeu em termos de excelência. ​

ASSENTANDO O PISO

Se há conquistas a apontar é a Lei nº 11.738, de 2008, que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional e estipulou um valor abaixo do qual nenhum professor deve receber. Em 2009, ele era de 950 reais; hoje, para uma jornada de 40 horas por semana, perfaz brutos 2.455 reais.
“Mas atualmente apenas 66% dos municípios cumprem o piso e somente 14 estados remuneram o mínimo previsto em lei”, diz Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Ela explica que muitas cidades de pequeno porte têm dificuldade de arrecadação, um dos motivos para não pagar o valor determinado para o início da carreira. Já nos grandes centros urbanos o desafio é outro: em geral, cumpre-se o piso, mas ele está muito aquém de atender a condições de vida diante dos custos elevados com moradia, transporte, alimentação e acesso à cultura. Anna frisa que é preciso garantir a valorização gradual dos salários e a incorporação das gratificações, que, segundo ela, são muitas vezes utilizadas para não aumentar o salário-base. ​
O professor de Matemática e Física Alexandre Gonçalo Santana, 47 anos, mora no Rio de Janeiro, segunda maior cidade do país e capital de um estado cuja calamidade financeira está diretamente relacionada com a precariedade do professorado. Dono de apenas uma matrícula, Santana conseguia se manter por meio das horas extras que fazia. “Eu fazia dobra nas escolas, tinha isso como um salário que compreendia todos os meus custos, até alguns passeios”, lembra. Mas, há um ano, ele perdeu essas horas extras —que não são incorporadas ao salário na aposentadoria— e não conseguiu mais pagar suas despesas com a remuneração de docente no CIEP 230 Manoel Malaquias Gurgel da Silva, em Nilópolis.
Seus olhos se voltaram para o Uber. Alexandre vendeu o carro e comprou outro adaptado para gás, combustível mais econômico. Hoje ele roda no contraturno das três aulas semanais e não descansa nos fins de semana. Acrescentou cerca de 2 mil reais das corridas ao salário de 4 mil reais, além de 600 reais por mês com as três aulas por semana que dá a presos do Complexo de Bangu.
Estudo do Todos pela Educação mostra que 29% dos 2 mil entrevistados têm ocupações extras para complementar a renda. Desses, 9% focam em atividades educacionais, como Danúbia, 5% se voltam ao comércio, como os colegas de Danúbia, e 3% prestam serviços, como Cícero e Alexandre.
A baixa remuneração docente impacta também na escolha que os jovens mais bem preparados fazem para entrar na carreira. “A atratividade nunca foi tão baixa se comparada a outras profissões”, diz Andreza Barbosa, professora da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Ela realizou em 2018 uma pesquisa com professores da rede pública que atuam na região de Piracicaba, no interior paulista, onde o Índice de Desenvolvimento Humano é alto. Dos 464 professores entrevistados, 15% possuíam outra fonte de renda.

“Os estudantes têm optado por carreiras que gozam de maior prestígio e valorização social e financeira”, afirma. Andreza reconhece a heterogeneidade dessa situação. Ela lembra que há estados em que o problema é menor, e por vezes dentro do próprio estado há discrepâncias consideráveis entre os municípios.
O professor de Educação Infantil Evandro Tortora, 30 anos, não demorou a perceber esse cenário. Em 2014, na sua cidade natal de Pederneiras (SP), ele ganhava 1,5 mil reais por 32 horas semanais. Cerca de 230 quilômetros adiante, em Campinas, passou a receber pela mesma jornada 4.900 reais (somado o vale alimentação) depois que passou a atuar no CEI Dr. Claudio de Souza Novaes.
“Aqui a gente não precisa dobrar período e somos remunerados para fazer cursos de formação”, diz, já instalado em um apartamento alugado, onde mora sozinho. O salário lhe permite bancar viagens à Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, onde faz doutorado.​

EQUIPARAÇÃO DE SALÁRIOS​

O Relatório do 2º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação (PNE) 2018, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra uma queda na diferença no salário de professor e de outros profissionais de mesma escolaridade. De 65% em 2012 foi para 75% em 2017. Ou seja: era 35% menor, e agora seria 25% inferior. “Isso não significa que houve melhora efetiva na remuneração docente, mas, sim, que a queda nas demais profissões foi maior nesse meio tempo”, afirma Rezende.
O PNE estabelece na meta 17 a necessidade de equiparar a remuneração docente com a de outros profissionais dos quais também se exige formação em nível superior. A meta tem uma data que deveria ser atingida até 2020, ao final do sexto ano de vigência do plano. Para chegar a esse patamar de equiparação, especialistas em educação pedem quase em uníssono que se revogue a PEC 241
Aprovada em 2016, ela estabelece um limite do governo federal para gastos primários (aqueles com saúde, educação, assistência social, cultura etc.). A fórmula passa a valer a partir de 2018 e vai até 2026.
Quem não respeitar o teto ficará impedido de, no ano seguinte, dar aumento salarial, contratar pessoal e estabelecer novas despesas. “Essa PEC impossibilita que os recursos e os salários sejam de maior monta e que ocorra uma efetiva reestruturação do setor público”, diz o sociólogo Ricardo Antunes, da Unicamp. Para ele, seria preciso cortar em áreas “irrelevantes” do serviço público e reorganizar completamente esse orçamento, sob risco de daqui a uma década a situação da escola pública estar ainda mais precarizada.

Fora do alcance da PEC 241, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é apontado como um ganho, que dirime as desigualdades. O fundo reúne a arrecadação de impostos municipais e estaduais —mais uma complementação da União— e distribui para os estados mais pobres. O modelo vence em 2020 e dois projetos correm no Congresso com sugestões de mudanças, um deles propondo que 70% da soma seja usada para pagar profissionais da Educação —hoje, 60% vai para salários apenas de professores.

PARA AS MULHERES, MENOS AINDA

A dedicação ao magistério é predominantemente feminina —80% dos profissionais são mulheres—, e esse é outro ponto a ser levado em conta quando se fala de remuneração. Embora no sistema público haja uma equiparação salarial entre os dois sexos, mais mulheres atuam na educação infantil e nos anos iniciais do Fundamental, etapas que pior remuneram.
“As sociedades machistas, ao ver como suplementar o papel das mulheres, fortalecem a redução e o achatamento salarial, e isso é evidente na rede de ensino”, afirma Antunes. Para ele, o professor vem sendo destruído naquele que era seu atributo maior: a qualidade intelectual e a formação. “Quando a criança em condição de precariedade encontra um professor mal preparado e desmotivado, trabalhando em ambientes depauperados, isso tem consequências profundas, entre elas a incapacidade de criar um ensino livre, universal, laico e humanista”, afirma.

Mesmo com dupla, tripla, às vezes quádrupla jornada, Danúbia da Costa Teixeira não se vê fora da sala de aula, assim como seus dois irmãos, também professores. Isso não a impede de voltar à carga contra a situação adversa do magistério no país.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Artesão dibla obstáculos com livros sensoriais, Wanessa Oliveira- Portal WebGazeta de Alagoas






Pode mexer em tudo. Dá para pescar peixinhos, fazer as horas passarem, brincar com dedoches e dormir com ele, como um travesseiro. Foram as infinitas possibilidades de um livro sensorial que atraíram a artesã Viviane Rodrigues a desenvolver essas obras-primas utilizando materiais como feltro, fitilhos, velcro e botões. O resultado deixa crianças de várias idades encantadas e entretidas por um bom tempo. 
Embora tenha iniciado há pouco mais de um ano a produzir os livros, Viviane relata toda uma trajetória de aproximação com a arte, a cultura, e a costura. Com a mãe costureira autônoma, não foi difícil começar a aprender e trabalhar com linhas e máquinas. Aprendeu e trabalhou, ao longo do tempo, com crochê, trabalhos rústicos, com corda, sisal, santa maria. Na hora de entrar na faculdade, escolheu Relações Públicas. 
Foram nos momentos mais difíceis que a criatividade aparecia enquanto instrumento de sobrevivência, mesmo. Quando as contas apertavam no bolso, corria para o artesanato como uma forma de receber dinheiro. 
"Engravidei aos 22 anos e era complicado conseguir trabalho formal. Então eu fazia crochê e meu marido, na época, vendia", conta. "No último ano da faculdade , meu orientador do TCC morreu, separei, fiquei desempregada, voltei para a casa da minha mãe. Nesse mesmo tempo, minha mãe ganhou vários tecidos, então comecei a fazer umas bolsas com alça móvel e consegui vender bastante, com ajuda de cinco vendedoras que ficavam com uma comissão, daí pude pagar a formatura". 
Em 2014, ao participar da Feira Afro, com um estande, criou o Magrela Ateliê, onde passava a vender turbantes, calças. Fazia a propaganda nas redes sociais, transformando o quintal de casa em um estúdio para fotografar seus produtos. Fez ecobags, bolsas, roupas. 
Mas e os livros?
Começaram apenas neste ano de 2018, após várias idas e vindas nas artes e no artesanato. Uma amiga, por acaso, perguntou se Vivi faria um livro sensorial para sua filha. Enviou link de um blog e jogou o desafio: "quero que você crie algo próprio", relembra.  Após duas semanas só fazendo pesquisas, lendo, e vendo vídeos, a artesã foi delineando o projeto.
"Não sabia quantas páginas colocar, quais atividades, de que modo seria a obra. Tinha que ver como seria a capa, a costura para ficar firme, e eu não queria fazer igual ao de ninguém. Vi livros sensoriais da Ucrânia com uma riqueza de detalhes", relembra. "Foi então que decidi que faria 10 atividades no livro". 
Bonecas para vestir, comidas saudáveis para colocar no prato e brincar de comer, mãozinha com numerais, capa fofinha para criança dormir, dedoches. A Morena Flor, filha dessa minha amiga, foi  primeira criança a receber o livro. 
Em meio ao amadurecimento da técnica, Vivi tinha que enfrentar outra questão: como vender. Contou com a ajuda de vídeo e das redes sociais para propagandear suas artes. "O primeiro vídeo que fiz foi mais longo, mas depois comecei a fazer mais curtos, aparecendo apenas minhas mãos manuseando o livro com as atividades".
Arte, artesanato e rendimento
De abril até agora, foram mais de 20 livros produzidos, com uma singularidade: todos diferentes e personalizados segundo os gostos das crianças. Outra característica que atrai os livros sensoriais é a acessibilidade. 
"Para crianças com deficiência visual, os livros são interessantes porque elas podem identificar os objetos tocando, sentir suas formas. Ele também é todo molinho, e não tem papel para engolir ou rasgar. As crianças podem fazer o que quiser com ele, dá para futucar em tudo", garante. "Além do mais, eles são grandes. E crianças pequenas gostam de coisas grandes, e cheios de cores". 
Apesar da experiência cada vez mais aprimorada, Vivi conta que cada livro é uma novidade. "Uma menina gostava de animais do sertão, como calango, catenga. Nunca tinha visto alguns desses animais na vida. Procurei eles em artesanato na internet e não encontrei. Então tive que olhar os animais reais na internet e produzir um próprio de feltro", rememora. "Me angustio no início e me orgulho no final". 
Seu desafio atual é um livro para uma pessoa adulta. "É uma professora museóloga aposentada, que está em Maceió e me pediu um livro sensorial interativo sobre Maceió, com feltro, e mostrando a cidade", relata. "Outra amiga pediu histórias bíblicas que fiquem mais fáceis para contar a crianças pequenas, e também com possibilidade de interagir". 
Segundo Vivi, um amigo chegou a lhe informar que, dada a singularidade de cada livro feito sob encomenda, o que ela faz é arte. "Como não há uma reprodução igual, cada um é diferente, ele diz que é arte e não artesanato. Para mim, tanto faz. Sempre gostei de criar". 
Apesar do sucesso com a criançada e com os adultos, Viviane Rodrigues conta que ainda não dá para viver dessa sua arte. "Se fosse para receber a renda necessária com esses livros, eu teria que fazer uma demanda bem maior, em uma produção bem mais acelerada, ou teria que aumentar o valor, mas por enquanto não posso", explica. 
Ao contabilizar o material e o tempo que levou para fazer os livros, Vivi ainda não vê um rendimento justo, mas espera que as coisas melhorem com o tempo. "Vi alguns livros sensoriais na internet para vender, até para ter uma noção de que preço poderia cobrar, mas todos eram padronizados. Como os que faço são personalizados, dá um trabalho bem maior. Ao mesmo tempo, sei que não posso vender por um preço que acho justo, porque as pessoas não terão como pagar e também porque ainda estão conhecendo. Então termina que faço mais barato mesmo", diz. 

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Brincadeiras de Antigamente



AGACHA-AGACHA

Nessa brincadeira de perseguição, a criançada corre, agacha e levanta, aperfeiçoando os movimentos 
IDADE A partir de 4 anos. 
LOCAL Pátio ou outro espaço amplo. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Uma criança é eleita o pegador. Para não serem apanhadas, as demais fogem e se agacham. Quando o pegador consegue tocar um colega que está em pé, passa sua função a ele. Não há um vencedor. A brincadeira acaba quando as crianças se cansam.

BALANÇA-CAIXÃO

Aqui entra corrida, agacha e levanta e até um esconde-esconde. A garotada ganha agilidade e capacidade de desenvolver os movimentos 
IDADE A partir de 4 anos. 
LOCAL Pátio ou outro espaço amplo com lugares para servir de esconderijo. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Um integrante do grupo é escolhido o rei e se senta em uma cadeira ou em um muro baixo. Outro participante é eleito o servo. Ele se ajoelha de frente para o rei e apóia o rosto em seu colo. Os demais formam uma fila atrás do servo, cada um apoiando a cara nas costas do companheiro da frente. Todos recitam: "Balança, caixão / Balança você / Dá um tapa nas costas / E vai se esconder". O último da fila dá um tapa nas costas do que está na sua frente e se esconde. Uma a uma, as crianças vão repetindo essa ação até que todas estejam escondidas. É a vez, então, do servo sair à procura dos colegas. Ganha quem for pego por último. A brincadeira recomeça com a escolha de outras crianças para representar os personagens. 
LEMBRETE Se o pátio da escola não oferece cantinhos para a garotada se esconder, improvise montando "trincheiras" com panos estendidos sobre cadeiras.

ELEFANTINHO COLORIDO

Azul, vermelho, verde, amarelo... Qualquer objeto com essas cores se transforma em pique. A atividade exige atenção e agilidade para correr e não ser pego 
IDADE A partir de 4 anos. 
LOCAL Ambiente espaçoso e colorido. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Uma criança é escolhida para comandar. Ela fica na frente das demais e diz: "Elefantinho colorido!" O grupo responde: "Que cor?" O comandante escolhe uma cor e os demais saem correndo para tocar em algo que tenha aquela tonalidade. Sorte de quem tiver a cor na roupa: já está no pique! Se o pegador encostar em uma criança antes de ela chegar à cor, é capturada. O comandante tem de escolher uma cor que não está num local de fácil acesso para dificultar o trabalho dos demais. Vence a brincadeira quem ficar por último.

ESTÁTUA

Vale fazer micagens e até cócegas em quem vira estátua. Vence quem ficar imóvel mesmo com tamanha provocação 
IDADE A partir de 4 anos. 
LOCAL Pátio. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Uma criança é eleita o líder. As demais andam livremente pelo pátio até que ela diga: "1, 2, 3, estátua!" Nesse momento, elas param no lugar fazendo uma pose. O líder escolhe um colega e faz de tudo para que ele se mexa. Só não vale empurrar. Quem resistir às caretas e cócegas ficando imóvel é declarado o vencedor e assume a posição de líder.

BARRA-MANTEIGA

A molecada vai correr a valer e trabalhar com um novo conceito de equipe, já que durante a brincadeira todo mundo pode passar de um time para o outro 
IDADE A partir de 5 anos. 
LOCAL Pátio ou área com mais de 17 metros de comprimento. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR Trace duas linhas paralelas distantes 15 metros (ou 15 passos) uma da outra. Atrás dessas marcações ficam as crianças, divididas em dois grupos com o mesmo número de integrantes, umas de frente para as outras. Dado o sinal, um aluno do grupo escolhido para começar vai até o limite do outro time, onde estão todos com os braços estendidos e com a palma da mão virada para cima, e recita: "Barra-manteiga / Na fuça da nega / Minha mãe / Mandou bater / Nesta daqui / Um, dois, três." Ele bate na palma da mão de um dos colegas e foge para o seu território. O adversário tem de correr atrás dele e tentar pegá-lo. Se isso acontecer, o desafiante é incorporado à equipe adversária. Caso contrário, é a vez do desafiado fazer o mesmo com alguém do outro time. A linha nunca deve ser invadida pelo perseguidor. Caso aconteça, ele é capturado. Vence o time que ficar com mais gente. 
LEMBRETE Se o número de crianças for ímpar, participe você também da atividade.


BATATA QUENTE

Para não "morrer" com a bola na mão, as crianças precisam se concentrar e coordenar os movimentos ao ritmo da fala 
IDADE A partir de 5 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Bola. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR O grupo fica em círculo, sentado ou em pé. Uma criança fica fora da roda, de costas ou com os olhos vendados, dizendo a frase: "Batata quente, quente, quente... queimou!" Enquanto isso, os demais vão passando a bola de mão em mão até ouvirem a palavra "queimou". Quem estiver com a bola nesse momento sai da roda. Ganha o último que sobrar. 
LEMBRETE Uma opção é pedir para as crianças mudarem o ritmo com que dizem a frase. As que estão na roda têm de passar a bola de mão em mão mais rápido ou devagar, conforme a fala.

CARACOL

Essa atividade é um ensaio para a amarelinha. A meninada desenvolve o equilíbrio fazendo todo o percurso pulando com um pé só 
IDADE A partir de 5 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Giz para riscar o chão e pedrinhas. 
PARTICIPANTES No mínimo dois. 
COMO BRINCAR Depois de desenhado o diagrama ( ao lado) no chão, as crianças determinam uma ordem entre elas. A primeira joga a sua pedrinha no número 1. O objetivo é percorrer todo o caracol pulando com um pé só em todas as casas - só não pode pisar naquela em que está a pedrinha. Quando chega ao "céu", ela descansa e retorna da mesma maneira: pulando em cada casa até o número 1. Ela agacha, apanha a pedrinha e pula para fora do caracol. Para continuar a brincadeira, ela joga a pedrinha no número 2 e assim por diante. Ela não pode pisar ou jogar a pedrinha na risca nem atirá-la fora do diagrama. Se isso acontecer, perde a vez. Vence quem completar o percurso primeiro.

PASSA, PASSA TRÊS VEZES

Essa brincadeira é pura adivinhação. Mas, quem conhece o gosto dos colegas pode levar vantagem nessa hora 
IDADE A partir de 5 anos. 
LOCAL Pátio. 
PARTICIPANTES No mínimo cinco. 
COMO BRINCAR Em segredo, duas crianças definem um tema - frutas, por exemplo. Depois, escolhem qual fruta cada uma irá representar. Uma pode ser a uva e a outra a pêra. Elas dão as mãos formando um túnel por onde os colegas passam, um atrás do outro, cantando: "Passa, passa três vezes / O último que ficar / Tem mulher e filhos / Que não pode sustentar". Quando a música acaba, as duas crianças que formam o túnel abaixam os braços prendendo o colega que está passando naquele momento. Sem que os outros escutem, o que foi preso responde à pergunta: "Pêra ou uva?" Depois, ele sai da fila e vai para trás do colega que representa a sua escolha. Ganha a brincadeira quem tiver mais participantes atrás de si. 
LEMBRETE As crianças podem escolher, além de frutas, temas como brinquedos, cidades, cores e flores.

CABRA-CEGA*

Quem está de olhos vendados aprimora a audição. As outras crianças aprendem a cooperar quando alertam o amigo sobre os obstáculos que estão pelo caminho 
IDADE A partir de 6 anos. 
LOCAL Pátio pequeno e livre de objetos (para evitar acidentes). 
MATERIAL Uma venda para os olhos. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR A criança escolhida para ser a cabra-cega tem os olhos vendados. Os colegas, que dão as mãos formando um círculo ao redor dela, começam um diálogo com a cabra: "Cabra-cega de onde vieste?" / "Do moinho de vento." / "Que trouxeste?" / "Fubá e melado." / "Dá-nos um pouquinho?" / "Não." / "Então afasta-te." Assim que dizem isso, as crianças da roda se espalham pelo pátio, desafiando a cabra-cega a encontrá-las. Quando a cabra consegue tocar um dos fugitivos, tira a venda e elege outro para ficar em seu lugar. 
* A brincadeira também é chamada de pata-cega.

ELÁSTICO

Na altura do tornozelo, até que é fácil. Craque mesmo é quem consegue dar seus pulos quando o elástico está bem alto 
IDADE A partir de 6 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Um elástico de 4 metros com as pontas unidas. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Duas crianças são escaladas para segurar o elástico. Elas ficam aproximadamente 2 metros de distância uma da outra, com o elástico na altura do tornozelo e com as pernas afastadas. A criança que fica no centro do elástico tem de fazer todos os movimentos combinados com os colegas antes de iniciar a brincadeira. Pode ser pular com os dois pés em cima do elástico, com os dois pés fora dele, saltar com um pé só e depois com o outro etc. Se conseguir, ela passa para a próxima fase: executar a mesma seqüência de movimentos com o elástico colocado em uma altura maior. Do tornozelo passa para a canela, depois para o joelho até chegar à coxa. Se a criança errar, troca de posição com um dos colegas que estão segurando o elástico. Ganha quem chegar mais alto sem errar.

PASSA-ANEL

Uma boa capacidade de observação aliada a um palpite certeiro são fundamentais para se sair bem nessa divertida brincadeira 
IDADE A partir de 6 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Um anel. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR Uma criança fica com o anel. As outras se sentam em um banco, uma ao lado da outra, com os braços apoiados no colo e com a palma das mãos unidas. A "dona" do anel passa suas mãos unidas entre as de seus companheiros escolhendo um deles para receber o anel. Ela repete esse movimento algumas vezes - pode até fingir que colocou nas mãos de alguém. Quando resolve parar, abre as mãos mostrando que estão vazias e pergunta para um dos participantes: "Com quem está o anel?" Se o escolhido acertar a resposta, tem direito de passar o anel. Se não, a brincadeira recomeça com o mesmo passador.

AMARELINHA*

Joga, pula e agacha. Assim, a garotada vai do céu ao inferno fazendo ginástica e ficando craque na pontaria 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Giz ou fita adesiva e pedra ou bolinha de papel. 
PARTICIPANTES Um ou mais. 
COMO BRINCAR Depois de desenhado o diagrama (ao lado) no chão, as crianças determinam uma ordem entre elas. A primeira vai para a área oval chamada de céu e, de lá, atira a sua pedra no número 1. Sem colocar o pé nessa casa, ela atravessa o diagrama ora pulando com os dois pés, quando tiver uma casa ao lado da outra, ora com um só. Quando chega à figura oval onde está escrito inferno, faz o percurso de volta e apanha a pedra, também sem pisar na casa marcada. Em seguida, ela repete o mesmo procedimento em todas as casas. A criança não pode pisar ou jogar a pedra na risca nem atirá-la fora do diagrama. Se isso acontecer, ela perde a vez. Vence quem completar o percurso primeiro. 
* A brincadeira também é chamada de amarela, marelinha, academia, cademia, sapata, avião, maré, macaca e pular-macaco.


ARRANCA-RABO

Não tem nada a ver com briga, não! A turma desenvolve a agilidade e o espírito de equipe tentando puxar a fita presa na calça dos adversários 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Fitas de tecido ou de papel. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR O grupo é dividido em dois. Os integrantes de um dos times penduram um pedaço de fita na parte de trás da calça ou da bermuda. Eles serão os fugitivos. Ao sinal do professor, os fugitivos correm tentando impedir que as crianças do time adversário peguem suas fitas. Quando todos os "rabos" forem arrancados, as equipes trocam de papel. Quem era pegador vira fugitivo. Ganha a equipe que demorar menos tempo para arrancar todos os "rabos".

BANDEIRINHA*

No corre-corre para perseguir e pegar, as crianças desenvolvem a agilidade e a rapidez. E mais: se tornam ótimas estrategistas 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio ou quadra de voleibol. 
MATERIAL Duas bandeiras de cores diferentes, que podem ser garrafas PET, por exemplo. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR O grupo é dividido em duas equipes. Cada uma escolhe um campo e coloca a sua "bandeira" no centro da linha de fundo do campo adversário. O objetivo é recuperar a bandeira sem ser tocado. Quem for pego fica parado no lugar até que um colega de equipe se arrisque a salvá-lo. Para isso, basta tocá-lo. Assim, ele fica livre para voltar ao campo de origem ou investir mais uma vez na recuperação da bandeira. O time precisa decidir a melhor estratégia, já que se avançar no campo adversário com muitos jogadores ficará com poucos para defender o seu. 
* A brincadeira também é chamada de pique-bandeira, bandeira, rouba-bandeira e bimbarra.

BEIJO, ABRAÇO, APERTO DE MÃO

Surpresa total. As crianças escolhem de olhos fechados quem vão beijar ou abraçar ou de quem vão apertar a mão 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR As crianças ficam sentadas, uma ao lado da outra. Duas delas, eleitas para iniciar a brincadeira, ficam em frente às demais - uma delas com os olhos tapados. A que está vendo aponta para os que estão sentados e pergunta para a colega: "É esse? É esse?" Quando ela responde "sim", vem a segunda pergunta: "O que você quer dele? Beijo, abraço ou aperto de mão?" A criança interrogada faz a sua escolha, olha para o grupo e descobre quem é. Aí é só beijar ou abraçar o colega ou apertar a mão dele.

BOCA-DE-FORNO

A turma tem de fazer tudo o que o mestre mandar. Quanto mais criativa a tarefa, mais divertido fica 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Uma das crianças é escolhida para representar o mestre. A brincadeira inicia com ela dizendo: "Boca-de-forno". E a turma responde: "Forno". Ela continua: "Tirando o bolo". E o resto diz: "Bolo". Ela novamente: "Fareis tudo o que seu mestre mandar?" O grupo fala: "Faremos!" Nesse momento, o mestre dá uma ordem e cada um dos participantes tem de cumpri-la. Ele pode, por exemplo, pedir aos colegas que andem até um determinado ponto e voltem pulando em um pé só ou que busquem algum objeto. O primeiro que chegar se torna o chefe e o último recebe um castigo.

CINCO-MARIAS*

De olho nos saquinhos que estão no chão e nos que são jogados para cima, a molecada ganha em concentração e trabalha a coordenação motora 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Cinco saquinhos recheados com areia ou arroz. 
PARTICIPANTES Um ou mais. 
COMO BRINCAR Determine a ordem dos participantes. O primeiro joga os cinco saquinhos para cima deixando-os cair aleatoriamente no chão. Na primeira fase, ele escolhe um dos saquinhos e o joga para cima. Antes de pegá-lo de volta, recolhe com a mesma mão um outro que está no chão. Em seguida, joga um dos que estão em sua mão para cima e pega um terceiro, segurando todos juntos na mesma mão. Se o saquinho que está no ar cair, a criança dá a vez para outra. O participante passa para a próxima fase se conseguir segurar todos os saquinhos. Na segunda fase, os saquinhos que estão no chão são pegos de dois em dois. O desafio aumenta na terceira fase. Agora, é preciso lançar um saquinho e pegar três. Depois, jogar um que está na mão e pegar o restante. Na quarta fase, a criança forma com o polegar e o indicador de uma das mãos uma trave de futebol. Com a outra, joga um saquinho para o alto e empurra outro para dentro desse gol antes de pegar o que está no ar. A criança tem de fazer quatro gols em quatro tentativas. A última fase determina os pontos de cada criança. Ela lança os cinco saquinhos ao ar e tenta pegar o máximo possível com as costas da mão. Quantos ficarem em sua mão será o número de pontos. 
* A brincadeira também é chamada de jogo das pedrinhas.

QUEIMADA*

A atividade desenvolve a agilidade corporal. Afinal, é preciso se safar das boladas para não sair do jogo. De quebra, a garotada fica boa de mira para acertar o adversário 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio ou quadra de voleibol. 
MATERIAL Bola. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR O grupo é dividido em duas equipes, cada uma com o seu campo. Decide-se quem começa com a bola. O objetivo é acertar um participante do time adversário e eliminá-lo. Se a criança conseguir pegar a bola, tem o direito de atirá-la em um jogador da outra equipe. Ganha o time que eliminar todos os participantes da equipe concorrente. 
* A brincadeira também é chamada de queima.



CORRIDA DE SACO*

Ganha quem chegar mais rápido, mas nessa corrida ninguém estica as pernas em grandes passadas. A garotada sua mesmo, dando pulos feito canguru 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio ou área livre com cerca de 20 metros. 
MATERIAL Sacos de farinha ou de batatas. 
PARTICIPANTES No mínimo quatro. 
COMO BRINCAR A turma é dividida em equipes. São traçadas duas linhas paralelas com cerca de 18 metros de distância uma da outra. Uma será a marca da partida e a outra da chegada. Cada time recebe um saco. O primeiro corredor "veste" o saco e o segura com as mãos na altura da cintura. Ao sinal de partida, ele sai pulando até a marcação oposta e volta, também pulando. Em seguida, tira o saco e o entrega ao segundo participante. O jogo prossegue assim até que todos os integrantes de uma das equipes completem o percurso e vençam a competição. 
* A brincadeira também é chamada de corrida do canguru.

PEGA-PEGA

A meninada vai precisar de fôlego e agilidade para correr do pegador. Para variar, quem for pego também começa a correr atrás dos colegas 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR Uma criança é escolhida para ser o pegador. A turma se dispersa e ela corre atrás dos colegas tentando tocá-los. Se encostar a mão em alguém, esse será o novo pegador. Há algumas variações possíveis. Exemplos: a criança tocada tem de dizer o nome de um colega, que será o novo pegador; e as crianças pegas passam a pegar os colegas também, só que mantendo uma mão no lugar onde foram tocadas.

QUENTE OU FRIO*

Atenção e concentração nas pistas. Só assim a criança encontra o local que os colegas transformaram em esconderijo 
IDADE A partir de 7 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Qualquer objeto. 
PARTICIPANTES No mínimo dois. 
COMO BRINCAR Os alunos escolhem um colega que se afasta enquanto eles escondem um objeto. A criança é chamada de volta e a turma começa a dar pistas sobre onde está ele. Quando ela se afasta do esconderijo, o grupo diz: "Está frio" ou "Está gelado" (se ela estiver bem longe). Quando se aproxima, a criançada sinaliza falando: "Está quente" ou "Está pelando" (caso esteja muito perto). Quando ela encontra o objeto, o grupo grita: "Pegou!" 
* A brincadeira também é chamada de peia-quente.

MÃE-DA-RUA

Nessa brincadeira de perseguição, a turma desenvolve o equilíbrio e ganha rapidez, fugindo do pegador com uma perna só 
IDADE A partir de 8 anos. 
LOCAL Pátio ou área com cerca de 6 metros. 
MATERIAL Giz. 
PARTICIPANTES No mínimo três. 
COMO BRINCAR São traçadas no chão duas linhas paralelas e distantes uma da outra cerca de 4 metros (ou 4 passos). O grupo se divide em dois lados, deixando na área central apenas uma criança, a "mãe da rua". As demais devem atravessar a "rua" pulando em uma perna. Nesse momento, a "mãe da rua", que corre com as duas pernas, deve pegá-la. Se ela conseguir, essa criança passa a ajudá-la a capturar os outros que tentam passar de um lado para o outro. Vence quem ficar por último sem ser pego.

CORDA

As crianças não param com os pés no chão com essa série de brincadeiras que desenvolve o ritmo e a capacidade aeróbica 
IDADE A partir de 8 anos. 
LOCAL Pátio. 
MATERIAL Corda de sisal, náilon ou elástico com aproximadamente 4 metros de comprimento. 
PARTICIPANTES No mínimo dois (se uma ponta da corda ficar amarrada). 
COMO BRINCAR Aumenta-aumenta: duas crianças seguram a corda pelas pontas bem próxima ao chão e as outras pulam. A altura da corda vai aumentando aos poucos. A brincadeira termina quando resta apenas um participante capaz de pular a corda àquela altura. Chicotinho queimado: o grupo se organiza em um círculo e uma criança fica no centro segurando a corda por uma das pontas. Ela gira a corda rente ao chão e as outras pulam. Vence quem nunca for tocado pela corda. Zerinho: duas crianças batem a corda. O objetivo dos outros participantes é passar pela corda sem esbarrar nela calculando a altura e a velocidade ideais. Foguinho: duas crianças começam batendo corda em um ritmo e, aos poucos, aumentam a velocidade. Termina quando a criança esbarrar na corda. Pular corda: se a criança não sabe começar a pular com a corda já em movimento, peça para ela se posicionar ao lado da corda, rente ao chão, e só então os colegas começam a bater. Para entrar na brincadeira com a corda em movimento, é preciso esperar que ela fique no alto. A brincadeira fica mais divertida se a garotada marcar o ritmo e o tempo com ladainhas como essas: "Salada, saladinha / Bem temperadinha / Sal, pimenta, salsa e cebolinha / É um, é dois, é três"; "Abacaxi-xi-xi / Quem não entra / É um saci / Beterraba-raba-raba / Quem não sai é uma diaba"; "Um homem bateu à minha porta / E eu abri / Senhoras e senhores / Dá uma voltinha (e a criança, dentro da corda, dá uma volta)/ Senhoras e senhores / Pule num pé só (e a criança, dentro da corda, pula com um pé só) / Senhoras e senhores / Põe a mão no chão (e a criança, dentro da corda, põe a mão no chão) / E vai para o olho da rua" (e a criança tem de "sair" da corda).